Jornal de Uberaba – 14/12/2023
Foto ilustrativa
O Consórcio Mineira da Sorte Loteria (CMSL), um grupo composto pelas companhias do exterior Scientific Games e Internacionais IGT, junto à brasileira Saga BGI, foram os vencedores da Concorrência Pública Internacional nº 001/2023. Com isso, eles receberam a autorização para explorar oficialmente os jogos de loterias instantâneas, a Raspadinha®, e de loterias convencionais da LEMG (Loteria do Estado de Minas Gerais). Sendo que somente o investimento em marketing para esses novos produtos foi de R$ 30 milhões.
O contrato de concessão para CMSL foi assinado em meados deste ano, estabelecendo parâmetros operacionais relacionados à exploração e operação de jogos de loteria convencional e instantânea, mediante uma outorga de concessão de serviço público válido somente no território de Minas Gerais.
Dessa forma, o CMSL além de poder explorar as loterias já citadas, também será responsável pela criação de produtos, estocagem, serviços de planejamentos estratégicos, solução de impressão, implantação e solução de produtos lotéricos, comercialização e pagamento de prêmios, criação e operação de rede de distribuição e marketing.
Como justificativa para tal empreitada, a Loteria Mineira aponta que, ao firmar uma aliança com a CMSL, eles conseguirão gerar uma maior quantidade de recursos, que poderão ser destinados para o fomento do bem-estar social. Eles também alegam que a parceria possibilitará que os jogadores mineiros tenham acesso a uma quantidade maior de jogos e eles conseguirão abrir uma quantidade elevada de pontos de venda em todo o estado.
A raspadinha durante muito tempo foi uma das modalidades de loteria mais populares no país, já que possibilita que o jogador verifique na hora se foi premiado ou não – segundo a CMSL, as possibilidades dos jogadores vencerem nos novos jogos da Raspadinha são de 25%.
“Lançamos um portfólio com quatro bilhetes da Raspadinha. Com prêmios de até R$ 250 mil, só o lote inicial prevê uma distribuição de R$ 132 milhões. Nosso objetivo é estar em mais de três mil pontos de vendas nos primeiros seis meses de atuação”, explica Roberto Quattrini, CEO do CMSL.
Todavia, apesar da Raspadinha ser interessante e de todo o investimento em marketing para divulgá-la, a expectativa é de que esse produto enfrente uma concorrência alta no aquecido mercado de jogos brasileiro.
Isso porque, nos últimos anos, a população tupiniquim passou a ter acesso a plataformas de apostas esportivas e cassinos online, que disponibilizam uma gama muito superior de jogos do que os observados nas lotéricas. Sendo que alguns cassinos online, como aqueles listados na Confiavel, oferecem bônus de depósito para os seus clientes, o que possibilita que o usuário receba um saldo promocional para testar os jogos antes de realizar algum tipo de pagamento.
Apesar da redução da oferta de cartelas físicas do jogo de Raspadinha nos últimos anos, esta modalidade seguiu sendo popular no Brasil, principalmente pelo uso em campanhas promocionais em comércios e produtos, além das versões online, também chamadas de scratch, com uma grande variedade de bilhetes dos modelos clássicos e temáticos, ofertadas pelas operadoras de jogos online.
Concessão de 20 anos
Pelo que foi revelado, a CMSL poderá operar a Raspadinha por 20 anos, e do faturamento líquido total, 21% serão repassados para o governo. Neste período, a expectativa é de que sejam arrecadados R$ 5 bilhões, sendo que o repasse mínimo deverá ficar na casa dos R$ 500 milhões.
Considerando esses valores, Ronan Moreira, diretor-geral da Loteria Mineira, argumenta que o fomento do bem-estar social dos habitantes de Minas Gerais sempre foi a prioridade da LEMG desde a sua fundação.
“Desde a sua criação, a Loteria Mineira tem sido um instrumento de geração de empregos, de renda e de circulação econômica para o Estado, proporcionando a inauguração de escolas, creches, hospitais, além de obras de saneamento e urbanização. Esta é, literalmente, a razão primordial da existência da nossa autarquia”, diz o executivo. Ele também aponta que, durante a gestão atual da LEMG, R$ 80 milhões já foram destinados para o custeio de programas sociais do governo mineiro.